O Turismo Ético e Solidário é amigo da natureza e das pessoas, no sentido das populações locais serem as principais beneficiárias, onde a troca de saberes entre quem visita e quem acolhe é valorizada.

O Turismo Ético e Responsável pretende mostrar que o ambiente e o património histórico e cultural convivem em harmonia com o lazer e a valorização pessoal e cultural, procurando a participação das comunidades locais, na dinamização de atividades que desenvolvam a economia local.

O movimento por um Turismo Ético, Responsável e Solidário surgiu na Europa a partir dos princípios do “Comércio Justo” e da constatação de que a actividade turística, da forma que tem sido desenvolvida, tem-se revelado profundamente devastadora para o meio ambiente e para as culturas e tradições dos locais de destino. Além disso, tem ajudado a aprofundar as desigualdades sócio-económicas entre o Norte e o Sul do planeta, já que os grandes lucros gerados, em quase nada beneficiam as comunidades locais. No que toca a Portugal, todos temos conhecimento dos prejuízos a nível ambiental, cultural e sócio-económico causados às populações de muitos destinos turísticos, sem que as mesmas beneficiem minimamente do chamado “desenvolvimento turístico”, que no fundo o que faz é hipotecar-lhes o futuro. O objectivo é encontrar caminhos construtivos que garantam um controlo crescente no processo de desenvolvimento do turismo, e uma divisão justa das receitas com os povos indígenas e populações dos locais de destino. Pensar o turismo do ponto de vista do cidadão residente no local e não somente do ponto de vista do turista, diminuindo os impactos da actividade turística na cultura e no quotidiano da comunidade, propiciando um turismo ético e sustentável. O que significa “Turismo Justo”?

  • Igualdade nas parcerias de comércio entre o Norte e o Sul;
  • Utilização dos impostos oriundos do turismo, para a erradicação da pobreza no Sul, através de decisões democráticas, baseadas na colaboração e na realização de parcerias entre o Norte e o Sul, entre os pólos emissores e os receptores, para a criação de estruturas;
  • Construção de uma rede de abastecimento de serviços do comércio justo, através das operações turísticas;
  • Transparência, acesso à informação, formação e desenvolvimento em favor das comunidades nos destinos turísticos;
  • Controle por parte da comunidade do planeamento e decisões sobre o turismo;
  • Sustentabilidade ambiental, social e cultural;
  • Economias locais diversificadas;
  • Respeito pelos direitos humanos.

Sendo o turismo uma importante actividade económica, como qualquer outra que assente em bases economicistas e de exploração humana, consequentemente geradora de grandes desigualdades, torna-se imprescindível que os movimentos ligados ao turismo ético se desenvolvam em conjunto com o comércio justo e de uma forma mais alargada inseridos nas redes de economia solidária.

Nota: A apresentação sobre turismo ético e responsável é da autoria de Colette Guillot da Costa da Cooperativa Mó de Vida